terça-feira, 31 de maio de 2011
devaneios
Tu que me queres, me desejas, me tens.
Persegue anseios, vontades, me perde em você.
Me acha nos sonhos, me encontra na pele.
Meu cheiro te chama, minha alma transpira.
Sua boca procura e beija água.
Sou teu vento. Brisa e tempestade.
Às vezes me invoca, outras nem me nota.
Venha em mim aliviar teu, meu, nossos queimar.
Venha a mim sem falar, perguntar. Venha sem procurar...
Posso ser o suspiro da sua respiração, toque, o aperto da mão.
Não me percas, não me procure em você. Não pense.
Eu venho e vou. Vou e talvez não volte.
E quero e espero. E perco a vontade.
E busco, continuo. Inconstante verdade.
Se te quero é pra saciar minha sede.
Se espero é por querer um beijo.
Um beijo, o beijo, apenas beijo.
Eu que muito quis.
Eu que me desfiz.
Me despeço do teu ar.
Renasço em um novo pulsar.
Inspirada na imagem de G. Lobo.
domingo, 29 de maio de 2011
tentando preencher o vazio dentro de mim, percebi que perderia minha identidade. O vazio é o início de tudo. Se eu acabar com ele, perco tudo que vem de novo. E isso eu não ousaria... Descobri numa parte dentro de mim um nada. Um nada onde tudo começa. Onde eu vou pra me esconder e me acho. Um lugar onde não tem pré-conceitos. E onde eu esqueço do que acho que já sei pra poder continuar a aprender...
Se eu fosse falar de amor eu diria...
E ai, nesse momento, eu parei de pensar. E não soube e nunca vou saber o que eu falaria do amor. E talvez fosse algo para todo o sempre, quem sabe uma grande fórmula. Mas por algum motivo eu calei. E não pude dizer o que meu peito, meu coração e minha alma sussurraram em meu ouvido. Como se o amor não pudesse ser dito, mas apenas vivido. Quem fala do amor acaba sempre sem palavras pra continuar a falar... Quem começa nunca sabe como terminar. Por que eu paro hoje, mas amanhã eu posso voltar a amar e a falar.... O amor não começa, não para, não termina no eu te amo. e se eu fosse falar de amor, talvez eu dissesse que te amo, mas isso seria pouco então me calo novamente.
e, aí o peito aperta. E você sente que é hora de ir embora. Quando a leveza acaba ou você vira rocha, ou vira areia e sai despercebida. Mas...
De repente, você percebe que na verdade ficou no meio do caminho. Que se encaixou naquele espaço, se adaptou a tempestade, a tranquilidade.
Nesse momento sou água. To me adaptando sem notar.
...
Quando a leveza acaba ou você vira rocha, ou vira areia e sai despercebida.
Cansei de ser água. Cansei de me adaptar as rachaduras da tua parede.
Cansei de me afogar em sentimentos meus, teus, deles, nossos...
Quando o fogo chegar... Bem, ele vai chegar...
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