sábado, 9 de julho de 2011

O poeta.


se eu soubesse quem é ele talvez as coisas fossem mais fácil.

mas me parece que ele não é alguém. O POETA é um entidade.
ele não existe aqui e agora.

aqui e agora existe eu e vc. a gente que senta e escreve dia difícil que teve.

vc que dança entre palavras, e vai escrevendo como elas mandam e não como vc as manda.

Parei pra pensar...Imaginei um cara de terno. um terno elegante, branco, escrito, pedaços de cartas, pedaços de objetos, de saudades.

pensei novamente e vi chinelos de couro. uma blusa meio amarrotada pra fora da calça da calça preta. um óculos, uma coluna levemente curvada pra frente.
um meio sorriso constante e um olhar leve, rápido...

continuei pensando e vi um homem, num canto. um outro mundo. onde só existe papel e caneta. uma poesia não vivida. uma espécie de psicografia...

uma mulher, na sua casa. acompanhada de um belo vinho. mentira. um vinho mais ou menos. sozinha. um casaco. ela é bonita... está numa meia luz. e tem uma xícara.

uma mulher, trabalhando em seu escritório, respira fundo, minimiza o trabalho e naquela página em branco do word começa a poetizar. um momento só dela...

uma criança que se esconde, uma criança ali, no quarto... escrevendo coisas lindas da sua imaginação.
e coisas nem tão bonitas assim.


vários amigos reunidos. passando papel de mão e mão. até terminar um poema. sorrisos.

a menina olhando a janela, enquanto chove. e outra vendo o sol. elas falam frases de liberdade.

um mundo de poetas... eu não sei quem é ele.

pode ter também o cara de bermuda tactel, corrente de ouro e que escreve uma linda carta de amor pra menina que todo dia ele viu passar. pra menina que ele ficou. pra menina que namora. pra namorada do amigo.